sábado, 16 de maio de 2009

QUE TRISTE... QUE VERGONHA


Hoje eu estou postando sobre um assunto que já conheço de longas datas e que sempre me impressionou pela extensão da tragédia e falta de humanidade.
O mundo caresse de sensibilidade e de percepção para entender que os animais também sentem dor, tédio e fome. Fazer que um ser vivo vire moeda de troca as custas de muito sofrimento, de dor e fardá-lo a viver deitado em uma jaula é algo tenebroso.
Abaixo tem uma matéria abordando o assunto onde ursos são mantidos dentro de jaulas com tubo em sua visícula para ser retirada a sua bílis onde servem como iguarias em restaurantes chineses.... VERGONHOSO


Várias associações de defesa dos animais têm denunciado uma prática hedionda que se tem verificado na China: existem fazendas que se dedicam à extracção da bílis dos ursos. A WSPA (World Society for the Protection of Animals) tem investigado essas fazendas e tentado minorar o sofrimento destes animais, contudo, não tem sido bem sucedida.
Nestas fazendas, os ursos vivem aprisionados em jaulas com espaço suficiente para eles caberem, mal podem movimentar-se, sentar-se ou mudar de posição. O chão das jaulas é feito de barras de ferro, o que provoca ferimentos nas patas, na cabeça e nas costas. Para incentivar a produção de bílis, são alimentados duas vezes por dia. A alim
entação é feita à base de puré de milho, maçãs, tomates e água com açúcar. Isto, nas fazendas que têm as “melhores” condições.
Esta associação visitou duas fazendas modelo do governo chinês, que considera que as condições de tratamento têm melhorado: agora os ursos são colocados numa jaula menor, duas vezes ao dia, enquanto se extrai a bílis; depois deixam-nos passar para uma jaula maior onde podem virar-se e ficar de pé.

Como tudo se processa
O que acontece a estes animais é, resumidamente, o seguinte:
- alguns animais são capturados no seu habitat natural;
- os que já nascem nas fazendas (ou são capturados ainda bebés), quando têm cerca de 3 meses são retirados das mães. Depois são imediatamente treinados para performances de circo, nomeadamente, boxe, equilíbrio em cima de uma corda, andar de bicicleta e também para atrair turistas;
- quando têm cerca de 1 ano, acabam as performances;
- aos 3 anos são levados para as jaulas até crescerem completamente. Durante esse período podem ficar dois ursos numa jaula;
- quando atingem a idade adulta, tem inicio a extracção da bílis. São então transferidos para jaulas que não permitem grande movimentação para tornar mais fácil o processo de extracção.
Na maioria das fazendas, o procedimento cirúrgico que permite a extracção da bílis é feito pelos próprios donos, sem qualquer treino veterinário. O método difere de fazenda para fazenda, mas em todas elas os ursos têm uma aber
tura no abdómen e na vesícula, onde é introduzido um tubo ou é forçada a entrada de uma vara de aço na vesicula, deste modo o liquido escorre na direcção certa. Nestas implantações, a maioria dos ursos acaba por morrer devido a infecções e outras complicações. Cerca de 80% dos ursos morrem com estas “cirurgias” e a sua esperança média de vida diminui drasticamente (entre 5 a 10 anos). Quando ficam doentes, são-lhes administradas drogas, se não resultar, são abandonados à sua própria sorte dentro das jaulas.
A bílis é produzida pelo fígado e armazenada na vesícula. Entre 10 e 20 mg de bílis são retiradas de cada urso (2 vezes ao dia) enquanto estes se alimentam, impedindo que a digestão do urso seja adequada. Durante a este procedimento, os investigadores da WSPA testemunharam sinais de stress severo nos ursos. Alguns gemem e batem com a cabeça contra a grade, outros tentam morder as próprias patas. Um outro comportamento anormal para os ursos é o facto de as mães comerem os seus filhos, o que demonstra o stress a que estão submetidos estes animais, uma vez que, no seu habitat natural os ursos não fazem isso.

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Comercialização é lucrativa
O comércio da bílis e da vesícula é muito lucrativo, pois, o seu uso faz parte da Medicina Tradicional Chinesa. Há mesmo provas de que, para além da Ásia, também na América do Norte e do Sul estão a ser mortos ursos para extracção de vesícula. No Equador, por exemplo, pessoas estavam a caçar ursos para, posteriormente, vender a vesícula a negociantes coreanos. Cada vesícula era vendida a um valor que representa cinco salários mínimos desse país.
A produção de bílis desidratada ronda os 7000 kg por ano. E, a cada ano que passa, aumenta drasticamente, uma vez que a bílis também é usada como ingrediente de champôs, vinhos, gotas para os olhos e diversas pomadas. Isto apesar de haver muitos produtos alternativos no mercado e que fazem o mesmo efeito. Muitos praticantes de medicina na China, admitem que há pelo menos 75 ervas, que podem substituir a bílis de urso.
Apesar de saberem isto, a produção de bílis continua, bem como o sofrimento deste animais, e parece que apesar dos muitos apelos feitos por várias associações de protecção dos animais para que se acabe com esta indústria e se preserve a vida selvagem

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